segunda-feira, janeiro 24, 2005

dois pesos, uma medida

«O senhor não sabe o que é gerar uma vida. Não tem a mínima ideia do que isso é. Eu tenho uma filha. Sei o que é o sorriso de uma criança. Sei o que é gerar uma vida.»

Francisco Louçã, dirigente do Bloco de Esquerda


«Nós podemos construir uma comunidade de cidadãos mesmo que em algumas questões de moralidade tenhamos opiniões diferentes. A questão é, isso sim, da não discriminação. O Estado não tem o direito de meter o nariz nessas questões de moralidade e ninguém pode ser discriminado com base na sua orientação sexual ou qualquer orientação de género.»

Rocco Buttiglione, ministro italiano afastado da 'Comissão Barroso' por afirmações proferidas sobre a homossexualidade e a condição da mulher, e substituído pelo francês Jacques Barrot, condenado judicialmente no seu país num processo de financiamento ilegal de partidos políticos


Infelizmente, não foi só isto que foi dito. Buttiglione, no seu recontro, citou Kant em sua defesa, argumentando com a diferença entre moralidade e direito. Louçã, aparentemente, já se esqueceu do que disse, deixando espaço para os seus sequazes apresentarem justificações ridículas, apoiadas em espúrias e perigosas declarações sobre a vida privada de Paulo Portas e o seu consequente grau de 'conservadorismo'. Não perceberam e eu também não.

Ora se desculpando com o 'contexto' - o qual, provocado pelo maquiavélico Portas, terá motivado o deslize ao incauto Louçã, no pensamento de Luís Fazenda -, ora com a distinção entre opinião e política, o Bloco utiliza os argumentos que indeferiu no caso do italiano, com as naturais perdas de originalidade, de razoabilidade e de inteligência face ao primeiro, como é costume em qualquer remake de má qualidade.

Mal algum há-de advir, já que a cartilha intolerante do politicamente correcto é fiel aos seus e não será a buttiglionização do Bloco que irá interferir nisso. Resumindo, é apenas um caso de dois pesos e uma medida - a que mais lhes convém.

2 scone(s)

Às 24/1/05 14:29, Anonymous Anónimo disse...

Pois é!
Eu vi o debate na TV e mal ele abriu a boca disse para com os meus botões,molas e colchetes: TÁS TRAMADO!!!
E tá! Ou ñ estará??.....Pelos menos insónias deve ter tido! Ou pesadelos pensando : Como é que eu agora me limpo desta? Ah! Cambada!!!!-MC

 
Às 24/1/05 17:31, Anonymous Anónimo disse...

Pois é.
Vi o debate na TV e ao ouvi-"lo" dizer aquela frase pensei para com os meus botões,molas, colchetes e atilhos: TÁS TRAMADO!!!
E tá! Ou....não estará???
Pelo menos não se terá livrado da insónia,pensando:-Como é que eu me limpo desta? Enxovalhei o BLOCO!Ai...ai..nem com uma escova bem áspera....

Mas passemos ao José Gomes Ferreira:

Cala os olhos vagabundo.
Não me digas
que há estradas no mundo
sem urtigas.

Não me contes
que nascem astros nos vales
para além dos horizontes.

Não me fales
de haver poentes
com as cores ardentes
das penas dum galo.

Não me tentes,
vagabundo.
Não quero ver o mundo.
prefiro imaginá-lo. ---MC

 

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