cadernos do laçarote – XV
bairro dos coqueiros
1.Janeiro.2005
9h28 em Portugal
Algumas notas soltas:
[1] Um miúdo no terraço / telhado de um prédio altíssimo no bairro dos cubanos, de braços no ar, contra o céu à beira do precipício.
[2] Aqui todos pedem, vendem, arranjam esquemas para conseguir dinheiro: os da rua porque não lhes resta mais nada, os dos serviços, cafés, restaurantes, repartições por conveniente necessidade. Falta o troco, não há desse, paga taxa de urgência e outras mais elaboradas servem para dar a entender que é preciso ‘gasosa’. Porém, longe da capital, é possível dar-se 5.100 kwanzas para pagar um almoço de 5.000 e ouvir a empregada, menina quase criança, dizer que “esta nota está a mais”, não sabendo como proceder perante aquilo a que os estranhos chamavam de ‘gorjeta’.
[3] Bairro dos cubanos, supermercado dos italianos, carros de todo o lado, Armazéns do Minho, a Zuid - casa holandesa, loja dos sul-africanos, produtos brasileiros, lojas chinesas de fotografia – se Nova Iorque é um melting-pot, esta é um boiling-pot.
[4] Desafio ao ‘Paradoxo do Valor’:
- Um litro de água: 100 kwanzas
- Um litro de gasolina: 43 kwanzas
São cerca de 1,00 e 0,43 euros, respectivamente.
[5] Falaram-me de um bar na ilha com tostas de lagosta.
[6] Devem pensar que vou ficar aqui a escrever quando sei o caminho para a ilha, não?
[7] Vá, só mais esta: Bom Ano Novo!
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