segunda-feira, dezembro 27, 2004

cadernos do laçarote – V


Obrigado, Dinis!

Estou a escrever directamente no computador que aqui tenho utilizado para poupar tempo, aproveitando o facto de estar a passar algumas notas do meu caderninho e de estar a apagar as fotografias de hoje em que não fiquei lá muito bem (não, neste não tenho o Photoshop). É uma combinação que nunca me imaginaria a utilizar – um HP e uma Pentax -, mas a necessidade é uma coisa muito bonita.

Aparentemente, foi dia de Natal. Digo aparentemente porque só me fui lembrando disso a espaços, nos momentos em que procurávamos um local para beber café (“hoje, fechado? Porquê?”) e quando se cruzavam connosco alguns gorros vermelhos perdidos pelas ruas. De resto, o cenário não é o mais propício para imaginar renas, pinheiros cobertos de neve e velhos alvos vestidos com roupa quentíssima. Claro que se cumpriu a Lei de Murphy e confirmaram-se os pratos do almoço, almoço esse que ocupou grande parte do dia. Tirando o repasto, as únicas actividades foram duas idas à ilha, para uma água no Ponto Final e um batido de papaia ao pôr-do-sol no Veleiro. Esta última foi uma boa saída para um final do dia na praia, na esplanada de um renovado bar de madeira a olhar o mar e a sonhar com os kite-surfers que aproveitavam a brisa que agitava as palmeiras. Já cheguei a casa há algum tempo, mas sinto-me cansado e ensonado como se fosse já noite alta.

Estão à espera de descrições, opiniões, juízos de valor e pensamentos, não é? Humm… Não posso só contar uma anedota com freiras, loiras ou nazis e vocês esquecem isso, prometendo continuar a ler este blogue? Duas anedotas? Três anedotas, um bolo de arroz e dez euros de chamadas incluídas? Não, não é preguiça. Isto é muito diferente da Europa (boa!, o primeiro lugar-comum), estou cá há pouco tempo e não sei sequer o que penso. Vou tentar escrever qualquer coisa, mas pararei assim que achar que não faz sentido.



Parei.

Bem, alguns dados gerais para começar. De acordo com material pilhado à Diciopédia 2004 (hiperligação não disponibilizada por considerá-la uma má enciclopédia; não obstante, a única a que aqui tenho acesso), o país tem dez milhões de habitante (parece-me pouco) e uma área de 1.246.700 km2. A área é grande, posso assegurar-vos, e só tenho pena de não conseguir convertê-la da unidade ‘quilómetros quadrados’ para a unidade ‘campos de futebol’, para que possam ter uma noção mais apurada da sua dimensão. Só na capital, diz a Diciopédia, vivem dois milhões de pessoas, mas perguntei na rua e garantiram-me que seriam pelo menos quatro milhões. Os indicadores económicos não são os mais próximos dos da China e os índices demográficos e de qualidade de vida afastam-se um pouco dos valores atingidos pela Suécia. Principais recursos: petróleo e diamantes.

Por hoje fico por aqui. Já têm material suficiente para impressionar em conversas de café e círculos intelectuais light. Volto quando puder.